terça-feira, 25 de maio de 2010

Hoje celebra-se o "Dia Mundial da Tiróide"

Afinal, o que é a Tiróide?

Mede pouco mais de quatro centímetros, mas, apesar do tamanho, as funções que assume no corpo humano são de extrema importância. A tiróide é responsável “pela regulação do crescimento, controlo do peso e do apetite”, diz o Dr. Jácome de Castro, presidente da Secção da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e director do Serviço de Endocrinologia do Hospital Militar Principal.

Segundo o especialista, os distúrbios associados a esta glândula afectam perto de 10% da população portuguesa, particularmente do sexo feminino, entre a terceira e a quinta década de vida. Mas, apesar de em alguns casos as disfunções da tiróide serem “incapacitantes”, existem “tratamentos que permitem solucionar o problema”.

Entre as causas de mau funcionamento da tiróide encontra-se o hiper e o hipotiroidismo. “Cerca de 2 a 3% dos adultos sofrem de hipotiroidismo, uma situação em que a tiróide apresenta dificuldades de funcionamento, devido à produção de anticorpos que inibem a acção desta glândula”, completa.

Cansaço, prisão de ventre, sonolência, aumento da sensibilidade ao frio, queda de cabelo, dores musculares, aumento de peso, alterações menstruais são geralmente as queixas apontadas pelos doentes que sofrem de hipotiroidismo. No entanto, como salienta Jácome de Castro, há que ter em atenção que estes sintomas podem estar presentes em outras situações.

“Os médicos de família têm um papel importante no diagnóstico destas patologias, já que, no caso do hipotiroidismo, uma mera análise é o suficiente para obter um diagnóstico preciso.” A maioria dos casos de hipotiroidismo é “facilmente tratável” e “apresenta uma taxa de sucesso de quase cem por cento”, com recurso a medicamentos que substituem com perfeição” a hormona da tiróide.

Quando a tiróide funciona demais

O hipertiroidismo é uma situação geralmente provocada pela acção de anticorpos. Mas, contrariamente ao hipotiroidismo, neste caso a tiróide é estimulada a funcionar em demasia. Segundo Jácome de Castro, os doentes com este quadro clínico apresentam sintomas de “irritabilidade, palpitações, insónias, tremores nas mãos, perda de peso, suores, diarreias e, muitas vezes, alterações nos olhos”.

O diagnóstico desta patologia, à semelhança do que acontece com o hipotiroidismo, é confirmado com recurso a uma análise laboratorial. “Em muitos casos, poderá ser necessário fazer uma ecografia ou uma cintigrafia.” Para se obter um diagnóstico preciso, é necessário que “os médicos estejam alerta para estas patologias”, advoga o especialista.

Para estes casos, o tratamento passa “pela administração de medicamentos antitiroideus, que inibem a produção de hormonas, através da administração de iodo radioactivo ou com recurso a cirurgia”. A taxa de sucesso destes tratamentos ronda os cem por cento, mas, para tal, “é preciso escolher a terapêutica certa no momento certo”. A cirurgia pode envolver a extracção de apenas uma parte da tiróide (no caso de a produção excessiva se localização numa região específica) ou a sua retirada total. Este procedimento implica que, após a remoção integral da tiróide, se faça um tratamento de substituição.

90% dos nódulos têm origem benigna

De acordo com Jácome de Castro, cerca de 4 a 5% dos adultos apresentam nódulos na tiróide com mais de um centímetro. “Situações como esta devem ser observadas por um endocrinologista, para avaliar a natureza do nódulo. No caso de se constatar que o nódulo é benigno, os doentes devem ser acompanhados anualmente”, fundamenta. Embora a maioria dos nódulos não aumente de tamanho, é necessário proceder a uma ecografia e uma análise da função tiroideia. Trata-se de um método que permite vigiar um eventual crescimento do nódulo ou uma alteração na sua função.

Do total de casos, perto de 90% dos nódulos que aparecem na tiróide têm uma origem benigna. Os restantes 10% podem evoluir para cancro. Mas a boa notícia é que a esmagadora maioria dos carcinomas da tiróide são curáveis. “Para que isto aconteça, é preciso diagnosticar precocemente”, ressalva.

Quando se detecta um cancro na tiróide, o tratamento primário passa pela remoção integral desta glândula. Segundo as informações que constam no site do Grupo de Estudos da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia (http://www.spedm-tiroide.org/), estes tumores geralmente têm bom prognóstico: “a cirurgia é curativa na maioria dos casos e não causa dor nem incapacidade”.

Após a cirurgia, os especialistas prescrevem o tratamento à base de hormona tiroideia, para “que o organismo se mantenha normal”, diz a mesma fonte.

Fonte:Andreia Pereira-Jornal do Centro de Saúde




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